30 de Maio
Saiba como a avaliação de período de experiência pode ser crucial para a sua empresa

O período de experiência costuma ser um momento crucial para qualquer profissional e também para a empresa. Isso porque um candidato pode até se sair bem durante o processo seletivo, mas são necessários alguns meses para definir se ele atende às necessidades e expectativas da organização e, principalmente, se ele está qualificado e apto para fazer parte do time de colaboradores de uma determinada corporação, bem como para executar com maestria e excelência as demandas relacionadas ao cargo que vai ocupar.

Durante este período de teste, que é um momento crucial para ambas as partes, ou seja, colaborador e empresa, é fundamental que o departamento de Recursos Humanos – RH e o líder estejam atentos e observem cuidadosamente os comportamentos, a personalidade, o modo de trabalho, os comportamentos e atitudes do novo colaborador, para que, dessa maneira, seja possível realizar uma análise mais detalhada e justa nesta situação. Fazendo isso, é possível avaliar se o funcionário se adapta ou não ao trabalho e à cultura da empresa em questão.

O que é contrato de experiência

O contrato de experiência é a forma mais comum na hora de contratar um novo trabalhador. Tem por objetivo proporcionar um período de “teste/validação” entre as duas partes (empregador e empregado) de tudo que foi conversado na entrevista, antes que seja concretizado o contrato por tempo indeterminado.

A duração do contrato de experiência é flexível e pode ser definido entre as partes. Sobre a duração máxima desta modalidade de contrato, não é permitido ultrapassar 90 dias conforme estabelece o parágrafo único, do art. 445 da CLT. A prorrogação do contrato de experiência é permitida, porém apenas uma única vez e desde que não ultrapasse o período máximo de 90 dias.

O contrato de experiência é uma modalidade do contrato por prazo determinado, cuja finalidade é a de verificar se o empregado tem aptidão para exercer a função para a qual foi contratado. Ou seja, nesse tempo, o empregador poderá avaliar o desempenho do profissional, enquanto o empregado irá conhecer as condições de trabalho para, a partir daí, decidirem se o contrato deve mesmo continuar.

Da mesma forma, o empregado, na vigência do referido contrato, verificará se consegue se adaptar à estrutura hierárquica dos empregadores, bem como às condições de trabalho a que está subordinado. Se ao final do contrato de experiência uma ou ambas as partes, não tiver interesse na continuidade do contrato, deverá comunicar à outra parte e, ele será desfeito normalmente. Qualquer das partes pode rescindir antes do prazo o contrato de experiência.

Como avaliar um funcionário em experiência?

Mais do que técnicas e ferramentas, é preciso bastante feeling e observação para analisar e sentir se o colaborador realmente terá uma boa performance, bem como uma boa adaptação ao ser efetivado na organização. Confira, a seguir, algumas dicas e saiba como avaliar um profissional em período de experiência em sua empresa:

1 – Evolução profissional

Após a contratação, é fundamental que a evolução do colaborador seja avaliada, ou seja, se as habilidades e competências identificadas durante a seleção estão sendo desenvolvidas de modo a melhorar sua atuação profissional, aumentar a produtividade e, consequentemente, gerar mais resultados para a empresa.

Esta etapa é importante, pois contar com profissionais que estão em constante processo de evolução também ajuda a empresa a crescer e desenvolver, no sentido de alcançar o sucesso que almeja.

2 – Assiduidade do profissional

É fundamental observar a assiduidade do profissional durante o período de experiência. Atrasos constantes ou faltas regulares podem indicar falta de compromisso e desinteresse pela empresa. É claro que, em alguns momentos, os imprevistos podem surgir, mas é importante não deixar que isso acabe virando rotina.

3 – Comportamento no ambiente de trabalho

Durante os dias de experiência, também é importante avaliar o comportamento do colaborador, sua adaptação às novas rotinas e demandas, seu entrosamento com outros colegas e sua proatividade ao realizar tarefas. Verifique se este profissional é proativo e se ele empenha em dar o seu melhor e aprender mais com os outros.

Este é um ponto que realmente merece atenção, pois, hoje em dia as empresas têm dado cada vez mais valor a profissionais que desenvolvem suas habilidades comportamentais constantemente, já que resiliência, inteligência emocional, proatividade, entre muitas outras, conferem ao colaborador ainda mais excelência em sua atuação ao aliarem-se às habilidades técnicas que este possui.

4 – Adaptação às normas e à cultura organizacional

Outro ponto importante a ser analisado é a adaptação do novo colaborador às normas, política e cultura organizacional. Avalie se ele tem respeitado os valores e regras da empresa como horários e prazos, por exemplo, pois fazendo isso, as chances de que ele tenha um futuro promissor na organização são ainda maiores.

5 – Comprometimento

Aliado aos pontos que citei até aqui, podemos citar também a necessidade de análise do comprometimento do colaborador em período de experiência com a empresa de uma forma geral. Assim, veja se ele entrega suas demandas no prazo, se é cuidadoso ao executá-las, se tem interesse em aprender sobre outros assuntos, que não necessariamente tenham a ver com o seu cargo e função, se ele interessa-se por saber mais sobre as metas e objetivos da empresa, procurando alinhar as suas próprias metas e objetivos a estes, e assim por diante.

Se as respostas que você encontrar para estas pontuações forem positivas, há grandes chances de que você contrate um profissional verdadeiramente comprometido com a empresa como um todo, bem como seus próprios resultados, pessoais e profissionais.

6 – Trabalho em equipe e relações interpessoais

Neste período, algo também de extrema importância que deve ser observado é como o colaborador mantém suas relações interpessoais e como ele trabalha em equipe com seus colegas dentro da empresa.

Analisar este ponto é necessário, pois um bom relacionamento com os demais, bem como um trabalho em equipe de excelência fazem com que todos os processos organizacionais sejam executados com maior fluidez, já que os colaboradores estarão trabalhando em união e harmonia, no sentido de contribuir para que a empresa alcance seus objetivos a curto, médio e longo prazo.

O papel da empresa

É necessário entender que tudo na vida é uma via de mão dupla, ou seja, o profissional deve sim, neste período, demonstrar ao máximo toda a sua aptidão, suas habilidades e competências, bem como o seu interesse e comprometimento para ocupar o cargo que a empresa oferece.

Entretanto, a empresa também tem o seu papel neste processo, que não deixa de ser menos importante que o do colaborador. O que quero dizer é que é fundamental que seja feita uma auto análise, no sentido de entender se foi oferecida ao profissional a estrutura necessária para que ele tivesse a oportunidade de dar o seu melhor em seu período de experiência.

Os profissionais que o estão avaliando precisam analisar também se os líderes que o acompanharam lhe deram as orientações necessárias para a boa execução de suas tarefas, se a infraestrutura foi adequada, se ele teve uma boa receptividade por parte da equipe, entre diversos outros aspectos relacionados às responsabilidades da empresa em si, já que tudo isso também permite que o colaborador tenha os subsídios necessários para um bom desempenho em seu período de experiência.

Tendo em mente que a empresa também tem um papel importante para que o funcionário demonstre todo o seu potencial, é possível fazer uma avaliação mais justa e, com isso, definir, com maior assertividade, se este tem condições de continuar na empresa ou não após finalizar o prazo de experiência.

Cuidado 

Lembrar que ele está em período de adaptação das atividades, entendimento dos processos, em uma empresa nova e com pessoas novas. Ter senso nessa avaliação também é importante. Não é possível exigir que em 90 dias uma pessoa tenha aprendido tudo e esteja produzindo a todo vapor. Temos que observar a execução das competências comportamentais analisadas na entrevista e também sua capacidade/potencial de se adaptar a todas as rotinas técnicas.

Formulário

É sugerido que essa avaliação seja feita através de um formulário. A confecção de um formulário é importante por 2 motivos:

  • Dá clareza para a empresa do que realmente estará sendo avaliado neste período e como avaliar
  • Existe uma formalização do processo, que é importante para companhamento e tomada de decisões

Para isso é necessário:

  • Definir todos os pontos que serão avaliado
  • Definir a escala de resposta que será usada.
  • Colocar uma legenda sobre os critérios para a escolha das “notas” da avaliação.

Treinamento

Muitas empresas começam a implantar sistemas de avaliação sem preparar os avaliadores. Portanto a implementação deve ser criteriosa e os avaliadores devem ser previamente preparados, treinados para avaliarem e tirar o melhor proveito desta ferramenta. Fases importantes do treinamento da Avaliação de Período de Experiência:

  • Fase de informação e conscientização
  • Fase de conhecimento da ferramenta
  • Fase de conhecimento do procedimento
  • Fase de execução

Aplicação

A sugestão é para que haja a aplicação da avaliação 2 vezes durante o período de experiência para dar tempo ao colaborador para ajustar os pontos alinhados.

Exemplo: Uma avaliação com 45 dias e outra com 90 para a decisão sobre a efetivação.

Desta forma, ele terá a oportunidade de alinhar os resultados obtidos até aquele momento e direcionar o funcionário antes de realizar uma avaliação definitiva, na finalização dos 90 dias de experiência.

Com isso, o gestor poderá acompanhar de perto as características e possíveis mudanças no estilo comportamental e profissional do candidato que poderá ocupar uma vaga em sua equipe. Ao final desse processo, o gestor terá subsídios necessários para avaliar o profissional e decidir sobre sua efetivação.

Feedback

Alguns pontos importantes para levarmos em consideração no momento do retorno sobre a Avaliação para o colaborador avaliado:

  • Cuidado com a forma de comunicação para não atingir a autoestima do avaliado;
  • Imparcialidade na interação e nas colocações;
  • Foco no desenvolvimento do avaliado;
  • Saber ouvir com atenção, empatia e respeito;
  • Fazer com que o avaliado entenda e aceite que tem pontos a serem melhorados e isso significa enriquecimento do seu perfil;

Indicador

O resultado da avaliação de período de experiência também pode ser utilizado como base de cálculo para um indicador importante de análide de dentro das empresas:

Índice de adequação do empregado à vaga

É um indicador tão importante quanto complexo. Este indicador é avaliado sobre a perspectiva da avaliação do Período de Experiência do colaborador.

Este indicador é medido a partir da relação entre o número de vagas preenchidas e quantos delas o colaborador foi efetivado ao final do período de experiência devido a uma boa avaliação dos pontos abordados.

Divide-se o número de vagas fechadas pelo número de colaboradores contratados que foram efetivados por boa avaliação e o resultado é multiplicado por 100 para encontrar o percentual.

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