Formar equipes inovadoras é o grande desafio dos gestores atuais. Afinal, com tanto dinamismo nos negócios, o mercado pede por mentes criativas. E é justamente por essa razão que o estágio se tornou uma tendência entre as empresas que desejam se conectar com o futuro.

Criado para aproximar gestores e estudantes em formação, essa modalidade oferece às empresas o que elas precisam para se reinventar: a oportunidade de encontrar, lapidar e integrar, num curto prazo, novos talentos ao time. Foi pensando na importância dessa modalidade para os negócios que este tema foi escolhido.

Por que contratar estagiários

A Lei do Estágio prevê vários incentivos para as empresas que abrem vagas de estágio, mas as vantagens em contratar jovens vão muito além da possível economia com recursos humanos. Do ponto de vista estratégico, o estágio pode ser o caminho mais curto para recrutar colaboradores alinhados com a cultura da empresa.

Jovens são curiosos por natureza e, por não terem vícios, podem ser facilmente moldados de acordo com a visão da instituição. E tem mais: o papel educativo do estágio não só ajuda na formação de um colaborador mais empenhado, como também transmite, para os clientes da marca, a mensagem de que essa empresa se importa com engajamento social.

Benefícios de contar com estagiários:

• Traz vitalidade para a equipe;
• Aumenta o potencial criativo da empresa;
• Estimula a produtividade dos funcionários efetivos;
• Permite a rápida capacitação de colaboradores alinhados com a filosofia da empresa;
• Diminui custos com treinamento;
• Agrega valor social a empresa;
• Contratos curtos;
• Flexibilidade na contratação;
• Permite a rescisão do contrato de estágio a qualquer momento.

Oportunidade

De acordo com o último Censo da Educação Superior, divulgado em 2018 pelo INEP/MEC, atualmente, o número de alunos de nível superior no Brasil ultrapassa os 8 milhões. Isso representa uma grande força de trabalho jovem que pode ser integrada as empresas, ajudando-as a inovar e crescer.

Sobre o estágio

O estágio é um espaço cedido pelas empresas para que o estudante possa desenvolver, na prática, suas habilidades profissionais. Nele, o jovem será preparado para o mercado exercendo atividades relacionadas à sua área de estudo. Nesse período, ele deverá ser supervisionado e orientado, dentro da instituição onde atua, por um colaborador experiente. A propósito, a ocupação é definida e protegida pela LEI Nº 11.788/08, também conhecida como Lei do Estágio.

É estágio quando:

• A intenção é treinar um jovem em formação;
• As tarefas são relacionadas a área de estudo do jovem;
• A carga horária é reduzida e adequada com a rotina de estudos do jovem (6 horas diárias/30 semanais para estágio extracurricular);
• O posto tem a supervisão de um colaborador experiente;
• A evolução do jovem é acompanhada periodicamente.

Não é estágio quando:

• A intenção é unicamente contratar um profissional “mais barato”;
• O jovem é um “faz tudo”;
• É preciso fazer uma jornada “cheia” ou horas extras;
• O jovem precisa dar conta das tarefas complexas sozinho;
• É exigida experiência prévia do jovem.

Modalidades

Há duas modalidades de estágio, o dito “obrigatório” e o “não obrigatório”. No primeiro caso, a obrigatoriedade é uma exigência da própria universidade que, dependendo do curso, determina uma carga horária mínima de estágio para que o estudante possa obter o diploma. Já o estágio não obrigatório, como o próprio nome diz, é feito voluntariamente pelo estudante. Para o contratante, a diferença substancial entre as modalidades é, basicamente, a obrigatoriedade da remuneração (estágio obrigatório pode ser não remunerado) e a carga horária (estágio obrigatório pode chegar a 8 horas diárias/ 40 semanais).

A contratante também deve fornecer um ambiente de trabalho adequado para o aprendizado. É importante que o jovem tenha acesso as ferramentas necessárias para cumprir o plano de atividades proposto no Termo de Compromisso do Estágio e assim conseguir desenvolver suas habilidades.

Acompanhamento

A empresa deve designar um supervisor para orientar na rotina de trabalho e também para acompanhar sua evolução. Esse profissional deve ter formação na área relacionada ao estágio ou experiência comprovada na função. Esse colaborador deverá assinar os Relatórios de Estágio.

Contratação

Segundo o estudo feito pela Companhia de Estágios em 2016, 2017 e 2018, as plataformas de divulgação de vagas são a principal ferramenta usadas pelos jovens na busca pelo estágio. Metade dos entrevistados afirmaram que, no último ano, se cadastraram em até 5 empresas de recrutamento, enquanto 34% se inscreveram em até 10 sites diferentes! Aliás, dentre os estagiários em atividade na ocasião da pesquisa, mais de 40% haviam conseguido a oportunidade por meio de um agente de integração – a maior porcentagem dentre todas as modalidades apontadas.

Segundo a pesquisa “O perfil do candidato a vagas de estágio em 2018” realizada pela Companhia de Estágios, atualmente 74% dos jovens buscam vagas pelas redes sociais, especialmente por meio do Linkedin e do Facebook.

Outra boa estratégia é incentivar indicações dos próprios colaboradores da empresa. Só é preciso lembrar que o candidato indicado deve passar pelas mesmas etapas dos demais para manter o processo justo para todos e garantir que sejam avaliadas todas as competências e skills que a organização quer mapear.

1. Anuncie a vaga da forma certa

Saber onde – e para quem – divulgar é essencial para garantir mais do que quantidade de currículos, mas perfis adequados. Para isso, após definir o perfil da vaga, ou seja, a área, os cursos aceitos, o horário do estágio, os requisitos necessários como inglês e excel por exemplo - basta divulgar a vaga na Companhia de Estágios para receber candidatos dentro do perfil técnico e comportamental buscado.

2. Teste os conhecimentos do candidato

Para além do currículo, durante a entrevista com o candidato, é importante saber se ele fez a lição de casa e pesquisou sobre a empresa, produtos, serviços, história, etc. Mostra que ele realmente está interessado e foi atrás de informações necessárias. Dica: você pode dar um pré-work para ele preparar e apresentar na entrevista. Vai perceber aí uma enorme diferença entre os candidatos. Entre quem se preparou e produziu um trabalho de qualidade e quem fez de última hora.

3. Avalie seu comportamento

Mais do que perguntar ao estagiário se ele é criativo ou se sabe lidar com pressão, peça para que descreva alguma situação do gênero ou para que escreva, a partir disso, conseguirá analisar melhor o comportamento dele. Contar com profissionais em psicologia e comportamento, podem fazer toda diferença nessa etapa.

4. Explique as tarefas dele na empresa

Durante a entrevista é importante mostrar situações reais para o candidato, para que ele possa sentir como é a rotina da empresa e também para ele saber se a cultura organizacional faz sentido para ele. Afinal, ele também precisa gostar da empresa.

5. Fale das oportunidades de crescimento

Seja sempre muito claro com futuro estagiário e alinhe as expectativas junto com ele para não gerar frustração. Deixar claro, desde o primeiro momento, todos os detalhes da vaga, evita possíveis desistências no decorrer do programa.

6. Abra para perguntas

No fim da entrevista, conceda um tempo para que ele possa tirar dúvidas. As perguntas que ele faz mostram muito sobre o tipo de profissional que ele é e também o nível de interesse pela vaga e pela empresa.

Novas gerações na empresa

Os jovens dessa geração têm quebrado paradigmas quanto a postura das empresas, mudando não só a forma de fazer negócios, mas a própria maneira dos gestores se relacionarem com os colaboradores. Diante disso, oferecer, desde as entrevistas, um ambiente amigável ao jovem, ajuda no bem-estar dos candidatos e, consequentemente, na produtividade do processo seletivo. Essa cultura, inspirada nas start ups, está cada vez mais presente nas empresas preocupadas em falar a linguagem do jovem. E ela não engloba só uma decoração “descolada”, mas também ferramentas com as quais o jovem tem mais desenvoltura.

Nativos digitais, esses jovens têm provocado mudanças importantes nas estruturas das empresas por terem conhecimento e mentalidade diferentes dos demais. Mais preocupados com a sustentabilidade, qualidade de vida, satisfação profissional e pessoal, esses jovens têm criado novas formas de trabalhar e auxiliado empresas a alavancarem seus negócios, justamente por terem outra visão. São ideais para realizar atividades que exigem velocidade, inovação e que sejam um tanto desafiadoras, já que esses jovens, quando instigados, se sentem motivados a dar continuidade a um projeto, por exemplo. Os desafios são, inclusive, essenciais para que esses trabalhadores se sintam estimulados e não mudem de área ou empresa.

Além disso, essa geração entende com facilidade a necessidade de constantes feedbacks, sejam eles positivos ou negativos, por isso são bem sinceros quanto às atividades desenvolvidas pelas empresas, o que agrada e muito as organizações. Aliás, por serem tão velozes nas opiniões e realização de tarefas, eles costumam alcançar cargos de gerência mais fácil que os demais, pois as instituições entendem que eles sabem lidar melhor com a pressão, se relacionam bem com as pessoas e têm capacidade intelectual de desenvolver atividades que incentivam o avanço das empresas.

Ao trabalhar com estagiários ou trainees, sua empresa pode aproveitar o relacionamento com essa geração para atualizar-se, encarando essa mudança como uma oportunidade de criar novas formas de liderança e de motivação.