Em primeiro lugar, é fundamental que o processo seletivo tenha como objetivo identificar talentos e as suas competências. A partir daí, com base em critérios pré-definidos, deve-se alocar esses profissionais na função certa, ou seja, compatível com suas habilidades.
Quando a empresa tem esse processo seletivo bem estruturado, além de inserir profissionais de alto desempenho no seu ambiente interno, os retém. Afinal, eles serão mais produtivos e ficarão felizes em realizar serviços que exploram e desenvolvem suas habilidades.
CUSTOS DE UMA CONTRATAÇÃO ERRADA
- Baixa produtividade
Talvez já tenha presenciado a seguinte situação: ao chegar a uma loja, o vendedor não dá a mínima para você. Essa falta de interesse está estampada no comportamento dele. Além de ficar imóvel olhando para o nada, não te cumprimenta e dá respostas curtas e atravessadas para as suas dúvidas sobre um produto.
A não ser que você precise muito do item, com certeza efetuará a compra em outro estabelecimento. Podemos dizer que esse profissional é produtivo?
A resposta é óbvia. Tudo isso poderia ser evitado na fase de seleção dos vendedores para a loja — nesse caso, identificando a incompatibilidade desse trabalhador com o cargo de vendas.
A baixa produtividade foi apontada por uma pesquisa comentada em um artigo da revista Época Negócios como uma das maiores causadoras de perdas financeiras nas empresas.
De fato, funcionários improdutivos:
- Sobrecarregam outros membros da equipe;
- Travam o fluxo das demandas;
- Disseminam uma atitude negativa no ambiente interno;
- Realizam serviços de qualidade duvidosa ou ruim.
- Enfraquecimento da cultura organizacional
A cultura organizacional é sustentada por pilares importantes para o sucesso da empresa, como: hábitos, crenças, valores e políticas internas. Podemos dizer que é como um manual que rege toda a rotina do negócio ou, em outras palavras, a identidade da marca.
Com o tempo, a cultura da empresa pode ser fortalecida ou derrubada. Caso aconteça a última hipótese, os resultados são desastrosos. Podemos dizer que a manutenção da cultura é feita principalmente pela equipe de colaboradores, uma vez que eles são os responsáveis por praticar, disseminar e perpetuar as diretrizes culturais.
No entanto, é essencial que haja uma triagem no processo seletivo para que apenas profissionais compatíveis com a cultura interna ingressem da empresa. Do contrário, não haverá harmonia e o equilíbrio necessário para o fortalecimento da identidade do negócio.
Por exemplo, as empresas que adotam a inovação como o principal pilar da sua cultura precisam contratar profissionais que demonstrem características disruptivas.
- Elevação de custos
Os gastos gerados por uma contratação errada são muito altos. A começar pelos custos com as verbas rescisórias de um contrato de trabalho, que no Brasil são inchadas pelas taxas e impostos.
Em seguida, é necessário um retrabalho da equipe de recrutamento e seleção: em vez de focarem em outras atividades, precisam novamente traçar perfis, analisar currículos e encontrar um profissional que atenda as expectativas da empresa.
Acrescente a isso a necessidade de investir no treinamento e na capacitação do funcionário admitido. Então, inicia-se o período de adaptação do novo colaborador com a cultura e a função que recebeu na empresa. Normalmente, é uma fase na qual a produtividade é baixa. Quem também paga essa “conta” é o time interno, que precisa ter paciência até que o recém-contratado entenda como realizar os seus serviços e se integre nos projetos do setor.
Quando não há adaptação, o colaborador contratado gera despesas com as faltas ao trabalho (absenteísmo) e a má gestão dos recursos da empresa.
Quando o turnover ou rotatividade é algo frequente, o prejuízo também atinge os clientes, pois não conseguem estabelecer um vínculo de confiança com os profissionais do negócio — em especial em organizações que contam com uma equipe de atendimento ao cliente.
- Prejuízo para a imagem da empresa
Atualmente, o mundo corporativo dá muito valor a um conceito chamado employer branding ou marca empregadora, em português. Todo ano, algumas agências renomadas elegem e premiam as empresas que são consideradas bons lugares para trabalhar. Um dos indicadores que pontuam a favor é o índice de turnover.
Quando o rodízio de funcionários é alto, cria-se a impressão de que a companhia não oferece boas condições de trabalho — ou, conforme já citado, que está tendo dificuldades com a sua gestão do processo de recrutamento e seleção. Nenhum desses motivos contribuiu para a boa reputação da empresa.
O grande problema é que um conceito ruim afasta os profissionais talentosos que buscam organizações com uma boa pontuação como marca empregadora para valorizar o seu currículo.
Em contrapartida, ter um processo seletivo criterioso eleva a employer branding (marca empregadora), uma vez que os candidatos certos são admitidos e se sentem satisfeitos com as suas funções. Por sua vez, recomendam e falam bem da empresa para outros profissionais.
Ao passo que, tanto internamente como externamente, a empresa cria uma boa imagem, sua visibilidade cresce no mundo corporativo. Quando for necessário iniciar um novo processo de recrutamento, as vagas serão compartilhadas nas redes sociais profissionais e disputadas por grandes talentos.
SELEÇÃO POR COMPETÊNCIAS
- Benefícios da Seleção por Competências
- Alinhamento com a estratégia corporativa e política de RH.
- Informações sobre o que a vaga precisa.
- Contato com a área requisitante durante todo o processo.
- Mapeamento de Competências – Técnicas, Organizacionais e Comportamentais.
Etapas de um processo seletivo assertivo
- Abertura de vaga / mapeamento de competências;
- Planejamento;
- Anúncio de vagas;
- Triagem de currículos;
- Agendamento de entrevista;
- Entrevista por Competências;
- Checagem de Referências;
- Testes;
- Confecção do Parecer;
- Entrevista Gestor;
- Retorno de finalização.
A atração e captação por competências exige um conjunto de ferramentas práticas, objetivas e mensuráveis, construídas com base nas atribuições do cargo. O objetivo é identificar:
- O perfil de competências técnicas e comportamentais imprescindíveis para o cargo.
- O perfil de cada candidato ao cargo e fazer a comparação entre perfil do cargo e perfil do candidato.
Para uma seleção por competências é necessário:
- Descrição de cargos atualizada;
- Mapeamento das competências técnicas;
- Mapeamento das competências comportamentais;
- Mapeamento das competências organizacionais;
- Definição dos graus dos grupos de competências similares.
- Entrevista por Competência
A entrevista por competências é uma técnica de investigação comportamental em que se procura identificar no perfil dos candidatos comportamentos que são pré-requisitos para o sucesso do cargo.
Muitos recrutadores ainda utilizam perguntas hipotéticas, que instigam hipóteses de futuro – as respostas neste caso são idealizadas, ensaiadas. Muitos utilizam as mesmas perguntas para todos os cargos – cargos são diferentes, com atribuições diferentes e requerem coisas diferentes.
Perguntas Comportamentais
- Investigam uma situação completa – Perguntas abertas;
- Investigam comportamentos específicos, que são pré-requisitos para a eficácia nas atribuições do cargo – Perguntas Específicas;
- Investigam situações específicas vividas no passado – Perguntas situacionais.
Exemplos:
- Descreva uma situação em que...
- Relate algum fato que...
- Conte-me sobre algum momento em que...
- Fale-me sobre alguma experiência em que...
- Dê um exemplo de uma situação em que...
Obs: Nada impede que as perguntas comecem com: “Qual?”, “Como?”, “O que?”.
- Resposta esperada
Quando se faz uma pergunta comportamental, existem tópicos importantes nas respostas que devem ser falados:
- O contexto/situação em que o candidato se encontrava naquela situação;
- A ação que ele tomou/executou;
- O resultado/consequências daquela ação.
Exemplo: “Qual a maior dificuldade que você enfrentou para atingir suas metas de vendas?”
Caso o candidato dê uma resposta incompleta, é necessário o recrutador fazer perguntas complementares para retirar todas as informações que precisa
O entrevistador poderá fazer quantas perguntas quiser para investigar cada grupo de competências similares. Todas as competências de cada grupo deverão ser investigadas. Além disso, é necessário avaliar os graus de cada competência para entender se foi atingido o grau mínimo necessário. É importante reforçar que na Atração e Seleção por Competências temos a chance de alcançar uma visão global do cargo, o que facilita a comparação da necessidade do cargo com o perfil do candidato.
Além disso, os resultados são mais eficazes, ocorre uma diminuição do turnover e redução de despesas com retrabalho na atração de talentos. Com esta técnica, existe uma avaliação objetiva e assertiva.